segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A saudade no fim de tarde


A lembrança dos amigos,
Rindo, bebendo,
Enlouquecendo...
Risadas, pesadas!
Éramos como uma teia armada.
Frágil e bem elaborada,
Aos olhos nus,
Arquitetada para as impiedosas tempestades,
Sem revelar a fragilidade daquela tênue habilidade.

Partiram-nos, como algo que tinha que ser.
O tempo,
De conchavo com a distância,
Distanciou minha infância,
De amizades, verdadeiras,
Brincadeiras, nostalgia de uma vida inteira.

Tudo vai se partindo na velocidade que
Uma mão se livra,
De uma obra de arte,
De um animal que fez apenas sua parte,
Conheceu e se apegou
O  destino dele apenas se livrou.

Um final de tarde,
Bate a saudade,
Dos xingamentos sinceros,
Como pacto e um elo,
Falsamente indivisíveis,
Entre apertos de mãos invisíveis.

domingo, 22 de abril de 2012

Muros invisíveis


Faz tempo que eu venho procurando um ambiente para me refugiar de mim mesmo, das inquietações e provações semanais, e tipicamente os finais de semana são datas oportunas para encontrar amigos e tecer boas conversas, degustando bons drinks. E são nesses ambientes públicos, e isso também inclui a internet, nos demais dias da semana, que tenho refletido - ao perceber através de diálogos e outros comportamentos - sobre a necessidade que os seres humanos tem de serem notados, e a que ponto eles submetem-se para alcançar tal fim. 

Além da surpresa, revelo que o óbvio - porém não perceptível aos olhos moldados de muitas pessoas - apresenta-se como assustador. Noto entre as pessoas uma necessidade de aceitação, o que talvez a ciência explique como algo natural, até porque a solidão a partir da interpretação do que nossa cultura demonstra, é o fracasso total, o fundo de algum poço onde nenhum ser humano gostaria de pisar. Todavia, cabe a muitos ''aceitos'' a opção por não aceitar pessoas que estejam de fora de seu círculo social. Exemplo disso é que, as pessoas encontram no vestuário ou  diversos meios que a indústria cosmética oferece uma maneira de irem ao encontro do público, e gritarem bem alto - mas em silêncio - ''Alô galera, eu estou aqui e (não) pertenço a tal (is) grupo(s), e não só posso como devo escolher se eu te aceito ou não em meu círculo social! ''. A esses recursos materiais podemos somar outros diversos pré requisitos - muitas vezes sórdidos - buscados por seres humanos para preencherem  as exigências necessárias para se enquadrarem no grupo alvejado. 

O que quero dizer é que, a busca pela popularidade é uma necessidade -  fisiólogica ou psicológica - que leva as pessoas a buscarem essa aceitação e reconhecimento em ''panelinhas'' que formam-se em nossa sociedade, algo que eu poderia chamar de ditadura civil, onde há censura e repressões mútuas entre grupos, unidos por ''semelhanças'' e solidificados - muitas vezes - via intolerância. Não descartando, entretanto, a possibilidade do ser humano conseguir unanimidade para se encaixar em vários grupos, porém as custas de ''vista grossa'' a muita coisa que ele considerava inaceitável. A falsidade é um caminho para popularidade, mas vejam bem, não estou dizendo que tolerância e a simpatia sejam necessariamente precedentes de atitudes impuras, e sim, que dadas as condições, temos que aceitar a intolerância disseminada em alguns grupos em respeito a tolerância que defendemos por idealismo ou apenas como justificativa para esse trânsito livre entre grupos. É aquele velha história, dos males, o menor...

A realidade dos grupos que se formaram, de acordo com a bandeira que vários levantam, ou pela falta delas é um corporativismo detectado desde os primórdios da humanidade, que reflete uma busca pelo reconhecimento e uma fuga da solidão, esteriótipo de fracasso, enquanto, temos a popularidade e aceitação unânime como um esteriótipo de sucesso. Muita falácia ao meu ver. As pessoas buscam uma aceitação - que deveria ser natural - a todo custo, e acabam se auto-enganando em um trajeto permeado por muitas mentiras e contradições.

As pessoas devem prezar por um convívio tolerante, e creio que, quebrar barreiras que criamos ao longo da história para nos diferenciar dos demais seria um bom começo. A diversidade é inerente a sociedade, mas não podemos criar barreiras intransponíveis que nos separam das pessoas pela cor, bens materiais, esteriótipos de beleza, orientações sexuais, opções religiosas - ou não. Essa premissas não devem nos segregar. O convívio harmônico deve ser algo que faça com que entendamos que tornar a diversidade a maior de todas as semelhanças é uma caminho pacífico para inclusão social e combate a preconceitos nojentos sustentados por muitos grupos extremistas.

Todas as vezes ao longo da história que usaram nossas diferenças para legitimar tais grupos, através da perseguição a seres humanos que não enquadravam-se em suas preferências, obtivemos resultados catastróficos. Fazemos parte de uma espécie composta por boas e más diferenças, as boas são aquelas que não afetam a vida de outras pessoas, e as más são aquelas que quando nos encaminham a grupo, buscando uma aceitação, reconhecimento e popularidade, desencadeiam uma cegueira social, vislumbrando apenas uma falsa verdade absoluta, que acabam culminando na perseguição de semelhantes, possuidores de diferenças que devem ser respeitadas. 

Devemos, portanto, praticar o amor além das fronteiras criadas entre esses grupos. Antes de mais nada, devemos conviver em harmonia com a nossa solidão e fazer dessa união símbolo de uma tolerância demolidora de muros. Pois, preferências existem e fazem parte da nossa liberdade, e justamente por isso, nossas preferências devem ser livres de imposições, desde que, nossas escolhas não oprimam a liberdade de escolhas das pessoas que estão ao nosso redor.

Todos os muros invisíveis da opressão devem ser destruídos. Pratique o respeito, sempre com coerência, é claro!


quarta-feira, 28 de março de 2012

Liberdade para sonhar

Nas rodas de conversas
Escuto à beça!
O que querem de mim
ou que sonham pra mim
pra si, ali, é de rir...
Sonho não se impõe
Se auto- compõe!


Não me vejo,
no vilarejo...
de tanta de destruição, rancor, depressão.
Almas a vendas,
pessoas pequenas...
Ganância mopolista,
erradicando as rosas,
e perseguindo independências...
censurando minha permanência.


Não preciso de trono, apartamento, ratos
dinheiro em abundância,
vizinhos em vigilância,
status para o meu ego,
prefiro seguir o que eu quero.


Quero algo novo...
voar sobre o horizonte,
atravessar minha ponte...
Superar-me e sobrevoar
por todo o mar, então repousar
e avistar do cume calmo...
uma casinha de sapê,
satisfazendo todo meu querer...


Quero casar com a minha solidão
viver na minha mansão
de verão...
alicerçada por sonhos
e decorada por numerosas experiências,
de uma valorosa vivência.


Alimentarei da bondade,
e de toda simplicidade,
residente nas boas lembranças
do tempo de criança.


Liberdade,
de verdade...
Te quero, te venero, te espero!

segunda-feira, 26 de março de 2012

A insônia me lembra você

Eu não gosto de pensar no fim,
é tão cruel imaginar uma despedida
ou o adeus distante, de quem ainda se deseja...
a toda instante!
Preferia viver outra vez,
o erro de enlouquecer por você!
Foi em cada descompasso, que encontrei
oxigênio para sentir, sentimentos antes tão vagos,
imaginários.

Talvez, eu tenha te perdido no dia em que te encontrei
exatamente naquele beijo...
Labirinto sem saída, confundindo meu trajeto,
perdendo-me em cada um dos seus lindos gestos.

Os pensamentos já fazem parte da minha insônia
a saudade já me abate
de tal maneira, que eu te queira!
Eu já não sei se sou refém, ou apenas apreciador
dessa imensurável dor.
Insurgente do entender
de tanta saudade que eu tenho de você!



Além do que deveria ter sido

Ela veio serena,
e de tão pequena
Conquistou um espaço
da grandeza de cada abraço...

Sinto falta dos seus carinhos sinceros,
e também do seu cheiro...
Seus abraços findáveis,
e seus beijos amáveis!

Contemplar seu feitio misterioso,
apreciar sua cumplicidade
Traziam-me uma paz
Desejada pela Humanidade!

Nossos afagos repletos de dúvidas
reacendiam as juras,
renováveis acerca de velhas posturas

Com o passar dos dias, meses...
O decorrer do tempo
fez com que o sentimento
eternizasse cada momento...

Esperança

I

No passeio, vagando pela rua
Debaixo da ponte ou
em meio aos livros na estante.
Encontra-se a esperança
de um criança ao nascer
Chorando ao prever
os riscos de viver...

Apesar do choro,
a coragem de encarar o desconhecido...
Abre caminho para uma luz
que ilumina e conduz.

Bem como, a planta que nasce
na aridez do sertão
Em meio ao desprezo no lixão
Faz-se presente
simplesmente contente...

Sem dizer onde irá aparecer,
A semente do amanhecer
Ao reluzir de cada raio de sol
No pico das montanhas,
Surgem façanhas, anunciando boas novas
Cultivadas pela esperança


 II

Durante as guerras, emergirão bandeiras brancas
ódio não fará parte das lembranças...

Quando o homem clamar por esperança,
O amor não viverá de frases feitas
Ou fórmulas perfeitas
Será livre para perseguir corações
e quem ditará as regras serão as emoções!

O ser humano colherá frutos da utopia
que já será realidade...
abolindo rancor e maldade!
Faremos da filosofia e da arte,
A vontade de quem nunca teve oportunidade...

A violência se tornará benevolência,
Presídios não serão martírios,
e darão lugar as escolas
que um dia foram esmolas!

A.linda

Já faz tempo que os seus olhares
e sua malícia, 
são sinônimos de pistas...
Seguidas pelas braçadas
mergulhadas na hipnóse do seu olhar,
arrematador como o luar.

Seus envolventes jogos
despretenciosos, apenas para me entreter
Objetivando me ver, ajoelhado por você.
Como não pedir mais?
Sempre caio na velha armadilha,
que você cria, apenas por criar.

Sabes  que tenho uma queda,
quase profunda, pela impossibilidade
de  te acariciar...
Ah, linda menina!
Traduzida no nome 
O que de fato é,
Um presente de mulher.

Sorte do homem que conquistar
 as batidas do seus coração
precioso, e raro como ouro.
Quem me dera sonhar com insignificativa possiibilidade
de espera,
pela mulher que tanto me desespera.

Degustando contrastes

A vida é como um prato de comida
Apodrece no excesso
e falta na poesia de muitos versos
Saboreada impiedosamente pela ganância do nobre,
e suplicada na oração do pobre!

É degustar o arroz e o feijão,
Dias sim, dias não
Acompanhado de carne ou macarrão
É ansiar pelo doce de maracujá
para acalmar a labuta de quem se cala, e não escuta
O desejo do paladar!

A mesmice do amargo,
travestido de desejo...
Que se passa pelo queijo
e insiste em nos faltar!

A fome nos devora, 
Acaricia nosso vazio,
Alucinado pelo mel que percorre nosso beiço
sempre no recomeço de algo a terminar...

Sobras que nos restam,
a pagar o preço
de nos sujeitarmos a força do destempero
do lucro sobre o desespero!

Entrelinhas da realidade

Meus olhos captam
a cada despertar matinal,
a desordem dos meus dias.
Semelhante ao bem e o mal
presente nas notícias de jornal. 

O café sobreposto às páginas lidas,
demonstram o desinteresse de quem lê,
mas não crê...

Todo realismo fictício
Minunciosamente moldado
para atender interesses 
de quem se beneficia com toda alienação
Propagada em reação
a insatisfação de uma fração 
minoritária da população.

Se você parar pra pensar,
nós fazemos opressão a toda indignação,
que brota do entender,
que toda injustiça social
é fruto inércia que nos rende.

Nossa mente não crê em tudo que vê
e se espanta ao ver
que todo mundo que lê
compreende, mas não entende

Todo aquele mal propagado pelo jornal
tem que servir de sinal para mudar o imutável.
Mas a questão é histórica,
a história produziu seus próprios antagonistas
e cabe a eles mudarem de papel,
para não tornarem-se réus.

A semente da revolução nasce em nossos corações,
só depois de cultivá-la,
podemos socializa-la,
Para juntos, produzirmos uma ação contrária.


Palavras perdidas

Palavras já não fazem sentido,
ou talvez nunca fizeram
Mas hoje meu peito tá apertado,
saturado, completamente revoltado!

Não posso nada, quiçá nem devo
Queria não poder atormentá-la 
com minha dor,
Porém sei que não é dessas 
que se preocupas com o pudor.

Queria só te observar,
apreciar seu jeito...
Embora louco de desejo,
evitaria te tocar.

Eu só quero você,
mesmo que meu querer
Seja não te ter,
podendo até mesmo te perder!

Eu te amo,
em cada desencanto
e em todo pranto...
Insisto em reviver
o máximo de mim
pelo mínimo de você!