terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fantasmas

Fantasmas tem me perseguido incessantemente nos últimos dias. Minhas noites de sono têm sido regadas a perguntas sem respostas, e enigmas desencontrados. Tudo começou em um dia feliz, quando eu caminhava tranquilamente pela estrada da vida, quando de repente, um baque me deixou desacordado por alguns segundos. O mundo dava voltas em torno de mim, até que acordei, e acordei de um sono pesado. Um sono que parecia ter durado anos.

A vida é um sonho, que pode nos levar ao abismo ou a magia da ilusão. Num instante, tudo parecia sem fim. Apreciar o nascer e o pôr do sol, a beleza exuberante da lua e das estrelas e ficar viajando pelo céu em dias nublados traziam uma ideia de infinito, uma ideia vaga e sedutora de eternidade. Vislumbrando o futuro, desapegando do presente, o maior erro do ser humano. Perdemos tanto tempo seduzido pela magia da vida, que acabamos esquecendo o que é a vida, deixamos a ação de lado, para nos dedicarmos a emoção.

A eternidade é coisa de quem deixou para amanhã, o que era pra ser feito hoje. O ser humano não precisaria de tanto, se pudesse agir com tão pouco, mas essa ideia parece tão banal. Banal mesmo pode ser nosso fim. O fim da ideia de eternidade, que nos acompanha uma vida toda, e se despedi da gente de maneira tão indiferente, como se nunca tivesse nos conhecido. Fazemos planos e mais planos, nos perdemos em nossos sonhos, e acabamos por produzir sonhos maiores do que o Mundo pode assimilar, e quando a gente se toca, pode ser tarde demais para agir, para viver.

Cada passo e cada abraço pode selar o fim da eternidade de cada um. Dizem que a primeira impressão é a que fica, discordo. Para mim, a última impressão é a única capaz de exalar o infinito, pois nosso último gesto, por mais simplista que seja, pode construir ou desconstruir todos os outros. Portanto, deixem sempre uma última impressão, faça de cada ‘’até logo’’, um adeus e resuma em 3 palavras cada despedida.

E agora vou tomando distância dos meus antigos sonhos, vou me distanciando do amanhã, e vou vivendo o hoje. E como havia dito, anteriormente, quanto mais controlamos, mais somos dominados. Somos parte insignificante de um jogo de cartas marcadas, somos reféns de um ciclo natural, não tem como intervir, não tem como fugir. Não tem como prever, pode ser mais cedo ou mais tarde.  Algo maior e fora da nossa compreensão manipula, de acordo com suas próprias regras, quem sai e quem fica nesse jogo chamado vida. Não cabe a mim julgar os métodos, apenas constatá-los. Cabe a mim alertá-los, o fim é logo ali. Seja, de fato, o que você se propõe a ser, viva sua essência, antes que fantasmas a roubem de você.

                                   

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