Peguei-me cometendo um erro que algum tempo atrás havia prometido nunca mais cometer, pois, pensava que havia aprendido a lição e que estava imune a aquele desacerto. Provavelmente num futuro próximo vou declarar ter aprendido essa lição de vez, e mais cedo ou mais tarde vou me pegar cometendo o mesmo erro de agora. Parece que estamos fadados a alguns ciclos viciosos. Por mais que achemos ter atingido a maturidade plena, sempre somos surpreendidos por nossa insensatez. A felicidade tem muito haver com isto, já que às vezes procuramos por ela nos lugares mais improváveis da face da Terra, enquanto ela brilha radiante do nosso lado. Todo mundo percebe – menos nós - ao ponto de acharem que estamos usufruindo dela, já que está tão evidente. Se um dia a felicidade bater na nossa porta e disser: ''Oi, meu nome é felicidade'', provavelmente, vamos bater a porta na cara dela, porque é uma tendência natural do ser humano querer problematizar e sistematizar o que é simples. Gostamos de olhar longe, planejar o futuro e traçar cada degrau que precisamos subir rumo ao topo, onde se encontra o grande tesouro, digo, felicidade. Muitas vezes ela está ao nosso lado, apenas esperando ser notada, ou até mesmo somos felizes e não nos damos conta disto. Quantas vezes vocês já pronunciou ou ouviu a frase: ''Eu era feliz e não sabia'' ? Preocupamo-nos tanto em manter aguçada nossa visão, ao melhor estilo águia, que nos esquecemos de nos entregar ao nosso objetivo. Partimos em busca da felicidade, e quando chegamos onde imaginávamos que ela estaria, ficamos frustrados. Isto, porque nós partimos em busca de algo que na verdade nós abandonamos. A felicidade consiste nas pessoas e nas coisas que estão ao nosso lado pelo simples prazer de nossa companhia, e não só nessas pessoas reside esse prazer, mas no somatório de fatores que inclui principalmente a presença delas. Eu, particularmente, costumo sentir muita saudade de vários episódios do meu passado, e ao sentir essa saudade, costumo me recordar que em todos os momentos em questão, imaginava que a felicidade estava distante de mim. A felicidade é uma idealização peculiar, impossível dizer que é assim que acontece e que sempre vai acontecer. Cada um tem uma história diferente, porém uma coisa é certa; o que mais almejamos pode estar ao nosso lado e só nós não enxergamos isso, afinal, tapamos nossos olhos para o que temos em detrimento de uma busca inconsequente por algo que já possuímos e simplesmente não notamos, pois estamos preocupados demais com nossos binóculos imaginários.
O efeito que o pensamento causa, transforma-se em palavras, em perfeita sintonia com a nossa alma.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
O preço da liberdade
Um espírito aventureiro tem tomando conta de mim, e toda essa loucura que me pertence, mas ficou esquecida por um tempo, está me libertando de toda lucidez que me aflige. Não tenho mais medo da liberdade, não sei mais medir as consequências dos meus atos, para então dosá-los. É sentir, querer e fazer. Não necessariamente nessa ordem, esse é o grande problema. Nem sempre o que eu falo vem na hora que eu sinto. Tudo separado por uma questão de segundos. As pessoas ao meu redor já começam a olhar com estranheza toda essa instabilidade, e por conseguinte começam a duvidar das minhas declarações, que em muitos momentos entram em contradições com minhas atitudes. A grande verdade é que eu perdi o controle sobre mim. No fundo, acho que foi isso que eu sempre quis. Viver descontroladamente em buscar do meu lugar no mundo, que por incrível que pareça, ainda não encontrei.
Quando lidamos com pessoas, não podemos ser inconsequentes de pensar apenas no nosso bem-estar, mas acho que esse é o preço de ser livre. Pois uma pessoa livre não se prende a nada, muito menos a alguém. Tenho que dar muitos passos antes de atingir a liberdade plena, ainda mais em uma sociedade de regras pré-estabelecidas na qual felicidade é mercadoria, e daqui pouco tempo vai está sendo vendida em um frasco nas melhoras lojas. Afinal, a fórmula da felicidade já foi criada e muitos estão tentando aplicá-la na magia de suas vidas. Quanta banalidade, querer conceituar e limitar todos os nossos sentimentos bons em amor ou paixão.
O ser humano não consegue enxergar que tudo que foi criado, não deu certo. Que todas as regras não são mais seguidas; e que o olhar conservador da sociedade não permite enxergar o que está debaixo do nosso nariz. Precisamos nos libertar dessas regras estabelecidas pelo moralismo dogmático que está em decadência. Quantas vidas você tem? Uma, certo? Está esperando o que para começar a vivê-la de verdade? Ao invés de entender minha contradição diária como pecado, eu prefiro compreendê-la como algo que me mantém de pé. Tudo que é certo demais leva ao tédio, eu gosto da dúvida. Gosto de me reconstruir todo dia, de sentir algo novo sempre que vejo a mesma pessoa, e talvez, reviver um sentimento quando conheço alguém.
Já não recrimino mais as pessoas que se decepcionaram comigo, pois eu mesmo me decepciono às vezes. Faz parte do jogo da vida, prefiro aceitar que as pessoas que um dia despertaram algo de bom em mim, farão parte de mim, mas não seguirão comigo. Porque meu caminho não cabe ninguém; além de mim. Antes de cada passo sempre paro, para conhecer novas pessoas e compartilhar algo intenso e profundo, que servirá de combustível para seguir em frente. No final, algo mais forte que a minha razão me puxa, é o desejo de viver a novidade de forma singular.
Para as pessoas que vão ter o prazer ou desprazer de me conhecer, eu sempre aviso, eu sou o risco, que eu gosto de correr.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Cumplicidade, a essência da palavra amizade.
A tristeza e a solidão realmente tem sido fiéis companheiros nos momentos que mais preciso, e não posso deixar de destacar que elas me inspiram de uma forma assustadora. Os sentimentos opostos ao que ela me proporciona dificilmente conseguem me prender, ou me inspirar. Isso chega a ser tenebroso, então, procurei usar dessa inspiração propiciada pelo que descrevi acima, para poder falar de algo que eu tenho extrema dificuldade, ou seja apenas, desinteresse. Desinteresse, porque é um assunto tão clichê, tão normal, e minha vida se baseia em degustar sentimentos imersos na diversidade.
Diante do sofrimento de um grande amigo, percebi o quão a amizade ocupa um lugar significativo em minha vida. Coisas que nós só reparamos diante das adversidades, leia-se, sofrimentos pessoais ou alheios. A felicidade realmente comporta muitas histórias ao lado de pessoas, que me deram a honra de protagonizar momentos únicos e indescritíveis ao lado delas. Os momentos de alegria, no entanto, são cruéis e traiçoeiros, pois, ocultam a essência da cumplicidade. Ocultam porque a felicidade é generosa, mas esconde objetivos maldosos. Os momentos de tristeza são o contrário, eles são puros e verdadeiros, e não nos enganam jamais. Se um dia você quiser colocar alguma coisa em prova, espere as tempestades, pois a luminosidade em demasia dos dias de sol nos impedem de enxergar o que há de verdadeiro. Felicidade é dúvida, tristeza é certeza.
Queria abdicar de expressões repetidas cotidianamente por bilhões de pessoas, para apresentar para vocês o que a amizade representa na minha trajetória. Embora, pense que qualquer palavra dita por mim será interpretada da maneira mais banal possível, pois assim como o ''eu te amo'', a palavra ''amizade'' se perdeu no vazio duradouro da nossa ignorância.
Já faz algum tempo que meus sentimentos vêm sendo alagados pela constante temporada de chuvas, que parece não ter fim nos meus dias. Não reclamo, acho que tudo tem sido importante para reavaliar alguns conceitos. Não tem dinheiro nenhum no mundo, que pague a fortuna de ter o apoio e conforto das pessoas que gostamos nos momentos de dificuldade. A enxurrada que abalou minha vida trouxe com exata precisão, o lugar que meus amigos ocupam em mim, eles são os alicerces da minha existência. O seleto grupo que não me deixa cair é muito maior do que eu imaginava. Eu queria através desse texto, agradecer por tudo, e mais um pouco. A vida é uma dinâmica não só de sentimentos, mas também de atitudes. Coincidentemente, convivi com a tristeza de um camarada, que não merece nem ser chamado de amigo - é muito pouco, pelo que ele representa na minha história. Foi o momento que eu vi como existe um elo forte e verdadeiro entre nós, algo me fez sentir e reagir ao sofrimento dele.
Lamento profundamente o fato de a sociedade ter esvaziado o conceito tão lindo desse sentimento. Talvez, seja por isso que evitei tanto falar sobre isso. Hoje foi inevitável deixar de destacar o papel dos amigos em minha vida. Desde aqueles que brincavam comigo na infância até os que me seguraram nos momentos mais insanos da atualidade. O sentimento por todos não é o mesmo, até porque tem alguns que não vejo tem anos, mas o papel de cada um na minha história exerce a mesma função. Lembrar-me-ei deles como os semeadores de alegria, e amenizadores da tristeza. A cumplicidade, talvez, seja algo maior que o amor. Sei que o amor a traz consigo às vezes, mas me arrisco a dizer que algo embutido em um sentimento, pode ser maior que o próprio sentimento em si, pois a preciosidade da cumplicidade é mais intensa.
Sem mais delongas, só queria reafirmar que sei quem são os verdadeiros em minha vida, e os que conspiram contra mim, do meu lado, tamanha impertinência, diga-se de passagem. A vida me ensinou a ser cortês com os inimigos e falsos amigos, a ponto de ludibriar o senso crítico alheio. Vou continuar minha árdua luta diária, com a honra de puder conviver com pessoas que despertam meu sorriso e ao mesmo tempo provocam em mim a coragem de um leão, quando alguém se atreve a mexer com um dos seus. Faço das coisas boas que eu já fiz pra quem eu amo meu mais sincero agradecimento, por ter vocês comigo.
Esse texto é uma homenagem a todos aquele que se encaixem nas palavras acima, mas em especial gostaria de dedicá-lo para Wildson Caldeira.
domingo, 2 de outubro de 2011
Sensação
Você já deu várias voltas em um quarteirão, e toda vez que parava em uma determinada casa, ficava olhando e sentia algo? Algo de diferente toda vez que passava por lá. Já aconteceu com você? Na vida acontece assim, não só com as coisas inanimadas, mas com as pessoas com as quais convivemos. Sentir uma sensação diferente a cada fase, a cada contexto diferente. Sentimentos diversos, mas apenas uma pessoa em questão. Ninguém encontra uma pessoa do mesmo jeito, duas vezes na vida. A partir do momento que deixamos a companhia de outro ser, partimos para nunca mais encontrá-lo do jeito que o presenciamos em tal em momento específico. Inúmeras sensações, aprendizados e uma série de outras coisas são adicionados ao que se resume nossa existência. Portanto, se você tem algo para falar com alguém, você deve dizer na hora que sentir, pois é ali a única oportunidade viável de um sonho se traduzir em realidade.
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